sexta-feira, 5 de abril de 2013

Capitulo 6 (parte V)


Olá!

Bem, antes de tudo, DESCULPEM PELA IMENSA DEMORA EM POSTAR! Vocês mereciam que vos tivesse dito algo, mas, sinceramente não tenho andado com muita paciência, para além de que tenho andado com uns problemas em casa, e a inspiração também não tem sido muita :c Desculpem!

Mas bom, aqui está mais um capitulo! Não é muito grande, mas foi o que consegui! Espero que gostem e que não tenham desistido da fic!

Beijinhos*, espero os vossos comentários! :D

Mónica
(Catarina)

Nos primeiros minutos depois de o Tomás me ter deixado no Fórum, uma ansiosidade mínima atormentou o meu sistema. O encontro dele com o pai deixava-me nervosa. Pelo que sabia, tal homem não era ‘’flor que se cheirasse’’, e eu não queria ver o Tomás sofrer por causa de tal individuo. Mas entretanto tal assunto foi tomando apenas um recanto no meu pensamento, deixando-me ficar menos receosa naquele tempo que despenderia sozinha pelo Fórum. Acabei por encontrar amigos e amigas minhas e dispensar parte do meu tempo com eles, mas depois tomámos caminhos diferentes. Fiz menos demoradamente o que tinha de fazer e por último aproveitei e fui vendo diversas coisas para que pudesse ter uma ideia já para o presente de aniversário do Tomás. Pouco depois, após receber uma mensagem do Tomás a informar que já se encontrava no Fórum, fui ter com ele. Ele esboçou um sorriso e recebeu-me com um beijo, porém julguei sentir certa tensão na sua forma de estar.

-Então, como é que correu? – acabei por perguntar, receosamente, após sairmos da bilheteira, seguindo uma espera  de quarenta e cinco minutos para a nossa sessão.

-Mal, claro. Ele foi um estúpido e interesseiro como sempre. Nem sei para que é que me dei ao trabalho.

-O que é que ele queria, afinal?

O Tomás acabou por contar-me o que se tinha sucedido naquele espaço de tempo. Já não era nada que ele já não esperasse, porém, era deplorável que, após tanto tempo sem um confronto cara-a-cara, o primeiro após tanto tempo fosse com a futilidade que fosse. Porém, apesar do mau encontro, as suas palavras finais com o pai, aquelas que tratavam de mencionar o meu nome e explicitar o conhecimento que cada um detinha acerca da palavra e dos sentimentos derivados e designados de amor, haviam trazido um sorriso meio desajeitado, mas doce, aos meus lábios.

-Porque é que estás a sorrir? – perguntou-me, passivamente, após terminar o relato dos acontecimentos.

-A última parte da conversa com o teu pai… Disseste coisas tão lindas… - sorri novamente.

-Podem ser lindas, mas o que mais importa é que são verdadeiras – rematou, sorrindo também. Aproximei-me dele e presentei-o com um longo e carinhoso beijo, ainda movido pela comoção causada pelas suas palavras

-E em relação à tal Margarida, não vais mesmo conhecê-la?

-Se o fizesse ia estar a fazer o favor ao meu pai!

-Pois…

-Bom, mas já chega deste assunto, por favor! Vamos andando para o cinema? Compramos já as pipocas e assim, já falta pouco para a nossa sessão! – sugeriu, levantando-se.

-Sim, vamos! – concordei, tomando-lhe o gesto.

Após o filme regressámos a casa do Tomás. Quando lá chegámos não encontrámos a D. Francisca, em vez disso, estava um bilhete em cima da cama dele, direcionado a nós.

Tomás e Catarina, A D.Alice pediu-me que ficasse com as meninas, por isso passarei a noite lá em casa. Mas deixo-vos o jantar no forno. Tomás, tens o dinheiro para a senha de almoço no sítio do costume. Boa noite, e juízo!

Beijinhos mãe/ Francisca

-E pronto, mais uma noite por nossa conta! – sorriu, colocando o bilhete em cima da secretária.

-Oh, coitada da tua mãe, trabalhar a noite inteira a tomar conta de duas pestes!

-Ela já está habituada. Para além de que elas com a minha mãe portam-se bem!

-Mesmo assim, trabalhar a noite inteira…

-Sim, mas vá, agora vamos jantar porque estou cheio de fome!

Descemos até à cozinha e servimo-nos do delicioso lombo que a D. Francisca nos tinha deixado. Depois de jantarmos e lavarmos a loiça ficámos na sala a ver televisão.

-Apetece-me desenhar – desabafou.

-A estas horas?

-Oh, sabes que não escolho a altura.

-Pronto, sim, eu sei. Mas então olha, se te apetece, vai desenhar!

-Mas eu quero desenhar-te a ti!

-Outra vez? Não te cansas!

-Não, não canso! Vá lá! – pediu.

-Está bem, pronto! – cedi.

Subimos até ao seu atelier e ele preparou as coisas, mas depois desistiu e ficou-se pelo seu bloco e o lápis de carvão. Indicou-me mais ou menos como queria que eu me posicionasse e depois começou a traçar.

-Oh Tomás – chamei..

-Diz – respondeu, fazendo a sua voz soar ainda submersa na concentração inquebrável que pairava no seu semblante. Olhei-o e pareceu-me ainda mais belo do que há alguns minutos atrás.

-Esta parede podia estar mais colorida – disse, apontando a parede preta. – Sei lá, podias fazer a mesma coisa que já está nas pontas, mas na parede toda.

-Por acaso… - concordou, elevando finalmente a cabeça para me olhar, após me ter ouvido atentamente.

-Eu acho que ficava giro. E ficava mais alegre!

-Sim, concordo contigo – afirmou, pousando o bloco e o lápis no chão, erguendo-se em seguida. Foi até ao cantinho onde se encontravam as tintas e as telas e voltou para junto de mim com baldes de tintas. – Ajudas-me a trazê-las para aqui? – pediu, indicando com a cabeça o local de onde acabara de sair.

-Ajudo! – acedi, levantando-me logo de seguida. Depois de todas as tintas se encontrarem junto da parede ele foi buscar jornais, que estendeu sobre o chão para que este não se sujasse.

-Toma! – disse-me, estendendo-me um pincel. – Tenta fazer parecido com o que já está! – pediu.

Abrimos todos os baldes de tintas e começamos a pintar. Consegui fazer o que ele me tinha pedido, mas de repente aconteceu algo que me impossibilitou de continuar.

-Tomás – ele olhou para mim. – O pincel caiu para dentro do balde… - Ele deu ma gargalhada.

-E agora, o que é que queres que eu faça? – disse, entre risos.

-Oh pá, não gozes!

-Não, mas a sério, o que é que queres que eu faça? – perguntou ainda com um breve sorriso no rosto.

-Como é que vou pintar, agora?

-Olha, com as mãos também dá! – riu.

-Com as mãos?

-Sim – respondeu enquanto pousava o pincel em cima dos jornais. Em seguida mergulhou a ponta dos dedos num dos baldes, e eu cheguei-me mais atrás, não fosse ele ter ideias. – Tens medo de te sujar, é? – perguntou, olhando-me de forma desafiadora.

-Não, mas…

-Então pronto! – sorriu, tocando rapidamente no meu nariz, deixando aí uma marca de tinta. – Podes começar a sujar as mãos, se não tens problemas! – riu.
 

-Não precisavas de me sujar! – tentei parecer chateada.

-Oh, ficaste chateada, foi? – riu, brincando.

-Fiquei! –alinhei, colocando desta vez uma marca de tinta na sua cara.

-Ainda bem, porque eu fiquei mais! Não te vou largar enquanto não estiveres igual à parede! – riu, estendendo novamente a mão para me sujar outra vez. E depois começamos a correr um atrás do outro, sujando-nos cada vez mais, esquecendo a parede.