Deixo-vos aqui mais um capitulo, espero que gostem e deixem os vossos comentários :D
Beijinhos*
Mónica
(Tomás)
Depois de eu
ter tropeçado, estupidamente, pois conheço os cantos à casa de olhos fechados,
eu e a Catarina caímos em cima do sofá. Tivemos de rir baixinho para não
acordar a minha mãe. Não consegui deixar de reparar que o seu riso, por mais
baixo que fosse, era bonito. E não consegui deixar de pensar nela. Ela, que
estava deitada em cima de mim e que ria com certa graciosidade. O meu desejo
era continuar ali, com o seu corpo contra o meu, a sentir as ondas de riso que
a percorriam e me eram também transmitidas, mas, para além de não ser muito
aconselhável, visto que a minha mãe estava em casa e podia acordar a qualquer
momento, eu queria mesmo ir ver o que é que ela tinha para mim.
-Desculpa
amor, foi sem querer – desculpei-me, sussurrando.
-Oh, não faz
mal. Até teve a sua piada – sussurrou também.
-Bem, vamos
subir então. E desta vez tenho de ter mais cuidado, porque para a próxima quem
nos ampara é o chão!
-Sim, vamos.
Levantámo-nos
do sofá e lá fomos dar às escadas, subindo-as até ao meu quarto. Abrimos a
porta ainda a rir por causa da queda. Ela dirigiu-se logo à sua mochila.
Abriu-a e retirou de lá uma pequena bolsinha, que abriu e me estendeu.
-Toma –
disse-me.
-O que é
isto?
-É para ti –
sorriu.
De dentro da
pequena bolsa retirei um fio de prata com uma aliança também ela de prata. Olhei
melhor e vi que havia uma pequena inscrição. Amo-te para sempre.
-É lindo
amor – disse-lhe, sentindo as lágrimas picarem-me os olhos.
-Era da
minha mãe. Ela deu-mo antes de falecer.
-Mas, então
eu, eu não posso aceitar. Foi ela que to deu, é teu, é uma recordação dela.
Ainda por cima com uma inscrição destas… Tem demasiado valor sentimental. É uma
coisa só tua, amor. – Estava abismado. Era a coisa mais bonita que alguma vez
me quiseram dar, ainda para mais tendo tanto valor sentimental quanto tinha. Eu
não conseguia aceitar algo que era uma das poucas recordações matérias que a
Catarina tinha da mãe…
-É por ser
tão importante e por significar tanto para mim que to quero dar. Tu és muito
importante para mim. E, tu sabes, estamos fartos de dizer, isto é muito
recente, ainda estamos no inicio da relação, mas apesar das três semanas que
nos conhecemos, das duas que namoramos, o que nós temos já significa muito para
mim e sinto que quero isto para sempre. – Os seus olhos também espelhavam as
lágrimas presas. Não consegui evitar e as lágrimas correram-me pela cara.
Pousei as coisas junto da sua mochila e pus-me de joelhos à sua frente para
alcançar a sua cara. Pousei as minhas mãos, uma em cada uma das suas faces, e
juntei os meus lábios aos seus. Sentia-me tão… lisonjeado. Tudo aquilo era mais
uma motivação para eu querer tudo o que tínhamos e o que iriamos ter. Queria-o
para sempre. Ela abraçou-me e corresponde inteiramente ao beijo.
Todo aquele
momento emotivo de sentimentos fortes e desejo de prosseguir com esta relação
levou-nos a intensificar cada vez mais os beijos, deixando-nos levar pelo
sentimento. Nunca tinha tido um protótipo de rapariga ideal. Se gostasse de
alguém, com certeza seria sobretudo a sua personalidade a cativar-me, deixando
uma pequena percentagem para os aspeto físico. No entanto, com a Catarina,
tinha adquirido o meu protótipo: baixinha, morena, de olhos verdes, cabelo
castanho e um sorriso genuíno. E nem que aparecessem vinte ou mais raparigas
com tais características eu iria trocá-la. O meu coração começou a bater
descompassadamente. O calor apoderou-se do meu corpo e de repente senti-me a
ferver. O seu beijo quente e o contacto cada vez maior entre os nossos corpos,
cada vez mais embaraçados, me deixava mais sequioso dela.
Calma e timidamente,
comecei a percorrer o seu corpo com uma das minhas mãos. Senti os seus braços
por cima da roupa. Eram graciosos. Mas melhor do que vê-los era poder tocá-los
como agora eu fazia. Ela tinha embrenhado os dedos no meu cabelo, passando
várias vezes as mãos pela minha nuca, causando-me ainda mais arrepios. O
coração guiava-nos. Sentia-me demasiado quente, por isso despi a camisola. Não
era o suficiente, mas aliviou um pouco. Em seguida, aos poucos, introduzi as
minhas mãos em baixo da sua camisola, tocando diretamente a sua pele. Suave. E
também fervia. Os beijos controlavam mal a nossa respiração, mas nem por isso
parávamos. Pelo contrário, a intensidade era cada vez maior, fazendo assim o ar
rarear mais e mais. Num ápice a sua camisola também foi retirada. Só que, de
repente, tudo parou, e aí tomei perceção dos nossos atos.
-Desculpa,
eu, estava a deixar-me levar… - desculpei-me rapidamente, sentando-me ao seu
lado na cama, ao invés de o meu corpo estar colado em cima do seu como há
segundos atrás.
-Estávamos
os dois… - concordou, sentindo-se um pouco envergonhada.
-Podemos
esquecer isto se quiseres… Não devíamos ter ido tão rápido… - propus.
-Eu não
quero esquecer.
-Não?
-Não. Apesar
de termos ido tão rápido assim, eu senti-me segura contigo.
-Sentiste?
-Senti –
olhou para mim e segurou as minhas mãos. – Amor, eu adoro-te, é contigo que
quero estar. Sinto-me segura contigo em qualquer altura, em qualquer lugar, em
qualquer situação.
-É muito bom
ouvir isso. Muito bom mesmo, meu amor – sorri. Ela sorriu de volta e sentou-se
ao meu colo, dando-me um beijo.
Passamos alguns minutos a trocar sorrisos e
pequenos carinhos, mas entretanto fomos vestir os pijamas porque o sono já nos
chegava.