Olá a todos/as!
Queria pedir-vos imensas desculpas
pela enorme demora em postar, mas tenho andado extremamente ocupada, e tenho
tido uns problemas em casa, e portanto a paciência para escrever não tem sido
muita, apesar de vocês merecerem… Desculpem!
Mas bom, aqui está um novo capitulo!
Sei que esperavam por este encontro, principalmente a minha Fii, por isso aqui
está ele! Desculpem não estar muito grande, mas foi o que consegui escrever!
Espero que gostem e deixem os vossos comentários!
Beijinhos*
Mónica
(tomás)
Depois de também a Catarina ter trocado dois saudosos e agradáveis beijos no rosto com a
minha mãe, saímos de casa, subindo para a minha mota, veículo onde já nos
deslocávamos minutos depois.
E desta vez a viagem foi diferente. O corpo da Catarina colava-se ao meu, mas
não tão aflitivamente. Encostava-se agora apenas pelo prazer da troca de calor
e pela sensação causada, no interior de ambos, um carinho e afeto necessários.
A força afrouxara decididamente. Agora mantinha-se com a mínima intensidade,
pretendendo apenas estabelecer equilíbrio e a segurança necessária de modo a
não cair da mota. Assim que chegámos ela saiu da mota com a maior calma e sem
evidenciar o habitual desequilíbrio apos uma viagem de mota. Retirou o
capacete, assim como eu, deixando os seus cabelos se libertarem num ar menos
comprimido.
-Obrigada –
agradeceu com um sorriso.
-Obrigado não fui,
mas depois falamos. E já agora, acho que preferia quando quase me tiravas o ar,
quando andávamos de mota. Agora mal te encostas a mim – brinquei.
-Oh. Olha, até
foste tu que ajudaste para isso!
-Sim, pronto, tens
razão – segurei a sua mão, puxando para mais perto de mim, envolvendo em
seguida a sua cintura com o meu braço, roubando-lhe um beijo posteriormente. –
Quando eu cá estiver, aviso-te.
-Está bem. E, boa
sorte – desejou.
-Pois, sim.
Trocámos novamente
um beijo e depois voltei a colocar o capacete tomando rumo até ao Cais do
Sodré.
Assim que cheguei
à esplanada que havia sido determinada como o ponto de encontro, não me foi em
nada difícil encontrar quem procurava. Ali estava ele, um típico empresário que
nem para um encontro com o filho despe a sua farda. De fato, óbvio. Para
quê trocar de roupa se vou apenas conversar com o jovem Tomás, para além de que
quando sair daqui vou a correr para uma reunião muito importante, ou vou ter
com a minha querida secretária, com a qual passo mais tempo do que com a minha
própria noiva, que outrora também fora secretária, aquela por quem troquei a
minha primeira mulher. Tudo isto é mais importante do que ele. Sempre foi, não
era agora que ia mudar. Agora só conseguia ser irónico. Estes pensamentos,
que eu assumia como algo que provavelmente lhe passavam a ele pela cabeça, só
me fazia surgir um sorriso irónico repleto de mágoa no rosto. Bom, mas pelo
menos havia um aspeto positivo: era pontual. Surgi à sua frente, sem uma única
palavra e sem me sentar. Ele ergueu o seu olhar sobre mim.
-Tomás?
Óbvio! Era óbvio
que ele não era capaz de me reconhecer!
-Sim, sou eu –
indaguei, tentando conter-me ao máximo para não dizer mais do que não devia e
ir-me embora.
-Senta-te –
disse-me, apontando a cadeira que se encontrava à sua frente. Pousei o capacete
em cima da mesa e puxei a cadeira para trás, sentando-me. – Estás tão grande,
já estás um homem! Que idade é que já tens? Já deves ter uns…
-Tenho 17, faço os
18 em Agosto – interrompi-o, tentando findar aquela conversa de suposto carisma
paternal, que me irritava profundamente, visto ter conhecimento do seu
não-interesse em mim e em acompanhar o meu crescimento.
-Ah, pois, em
Agosto, sim. – Olhou de relance o meu capacete. – Vejo que estás a dar uso à
mota que te dei, muito bem. – Não dei seguimento à conversa, cingindo-me ao
silêncio. – Bom, já vi que não estás muito disposto a conversar, por isso é melhor
ir diretamente ao assunto que me trouxe aqui – constatou.
-Também acho –
indaguei, vinculando que conversar com ele não era algo que me predispunha a
fazer.
-Bom, eu sei que
não sou o melhor exemplo de um pai, sei que não tenho estado presente na tua
vida, mas eu gostava de mudar isso. Eu quero partilhar mais tempo contigo,
quero conhecer-te.
-E isso tudo
deve-se a quê, agora? Porque é que depois destes anos todos que passou sem me
ver, agora, de repente, se quer aproximar de mim?
-Porque és meu
filho. Já te disse, quero conhecer melhor o meu filho, passar mais tempo com
ele…
-Ai sou seu filho?
Agora é que sou seu filho?! Nunca deveria ter deixado de ser! Apesar da distância,
apesar da má relação que passou a ter com a mãe e até mesmo com todo o tempo
que o seu trabalho lhe ocupa, nunca me devia ter colocado para trás na sua
vida! Mas não! Não viver perto de mim é uma desculpa, a sua carreira, por muito
que trabalhe, também é uma desculpa! Sempre pôs tudo à minha frente!
-Tomás, sabes que
as coisas não são assim! Então e os presentes que sempre te dei? É claro que eu
nunca me esqueci de ti, mas não tinha rigorosamente tempo nenhum!
-Os presentes não
me tiram a sua ausência. E vai dizer-me que durante estes cinco anos não
arranjou uma misera hora para estar comigo? Desculpe lá, mas não acredito.
Assim como não creio realmente que esteja verdadeiramente interessado em reaver
essa ligação que para mim nunca pareceu existir verdadeiramente.
-Mas estou.
-Mas eu não
acredito.
-Bom, vou fazer de
conta que não ouvi isso… - ao ouvir estas palavras ergui a sobrancelha
notoriamente. Fazer de conta que não
ouviu aquilo? - Eu disse que não te
ia oferecer nenhum presente desta vez, e na verdade não se lhe pode chamar um
presente. Eu gostava que conhecesses uma pessoa.
-Quem, a sua nova
secretária? – questionei, deixando a ironia amarga envolver as minha palavras.
-Tomás… - tentou
um advertimento, que eu apenas travei com um novo erguer de sobrancelha,
firmando que o assunto não estava disposto por mim a ser discutido, trazendo-me
uma razão inquestionável no final da mesma, caso se sucedesse. – Bom, não. Eu
quero que conheças a Margarida. Ela é uma rapariga muito bonita, tem uns olhos
verdes muito bonitos, e tem a tua idade, já para não mencionar que é muito
simpática.
-E de qual dos
seus amigos empresários é que ela é filha? – questionei, num ato de pura
consciência da pontaria que tinha feito com tal pergunta.
-Tomás, não…
-Oh senhor! O que
me falta agora é paciência, por isso não me tente engrupir que não resulta! –
exasperei, cansado das suas tentativas para contornar e disfarçar os assuntos.
-Álvaro Silves –
acabou por responder. – Mas não é essa a questão.
-Porra, você é
mesmo burro ou só se faz? Já lhe disse que não adianta andar às voltas para me
tentar ocultar coisas que eu já sei! – Ele teria ripostado alguma coisa, mas eu
não permiti, prosseguindo com a minha palavra. – Seja como for, eu não quero
conhecê-la. Não preciso que me arranje namorada, eu já tenho uma – proclamei,
com a intenção indireta de dizer-lhe que já tinha a dona do meu coração comigo
e que quaisquer que fossem as suas intenções, não teriam nem sinal de partida.
-Bom, mas
certamente que essa tua namorada não é tão bonita quanto a Margarida, nem tem
as suas esplêndidas qualidades, não esquecendo que a Margarida seria mais um
ponto de ligação entre nós, visto que agora pretendo estar mais presente no teu
dia-a-dia – proferiu com desdém, mas também certa altivez na voz.
-Já lhe disse que
não. E veja lá como é que fala. É que se tenciona continuar a sobrepor a
Margarida à rapariga que eu amo, sem nem a conhecer, acho que me posso ir
embora.
-Tu sabes lá o que
é amar, Tomás!
-Sei-o melhor do
que você, com certeza! – afirmei, não deixando hipótese para que ele se
defendesse de algo do qual não havia defesa possível. – Sei melhor o
significado de amar do que você, que traiu a minha mãe e continua a cometer o
mesmo delito, sem remorsos, mas pior, sem respeito pelas mulheres que pretendem
despender o resto das suas vidas consigo, e acabam abandonadas, na amargura e
no descrer do amor em que as deixou!
-Pareces um poeta
a falar! – disse, tentando terminar o assunto com uma espécie de elogio que não
surtiria efeito algum em mim.
-Não sou poeta,
sou um homem que sabe respeitar as mulheres, principalmente aquelas a quem
devoto o meu coração. Sei mais do que você o significado da palavra amor. Desde
que estou com a Catarina que já não me vejo sem ela, eu amo aquela rapariga
como nunca amei mais nenhuma. Ela fascina-me a cada segundo, apaixono-me por
ela. Você não sente nem metade do que o que eu sinto pela Catarina, por essas
mulheres com quem fica. Nem vale a pena explicar-lhe. Você não ia compreender –
respondi, baixando o olhar ao terminar, pois desolava-me o facto de existir um
único homem que não soubesse valorizar uma mulher.
-Podemos acabar
com as acusações? Queria mesmo que a conhecesses.
-Olhe, esqueça,
não vale a pena – levantei-me da mesa, preparado para me ir embora. – Desculpe
lá se não alcançou o seu objetivo de me juntar com a filha do grande empresário
com quem pretende fechar negócio, mas sabe, quem ama cuida, e eu tenho muito
que cuidar.
-Tomás, promete-me
então que vais apenas pensar. Ela é realmente uma rapariga bonita e simpática,
vocês iam dar-se bem.
Assim que ele
acabou de falar eu peguei no meu capacete e virei costas, seguindo até à minha
mota. Aquela conversa de amistosa só tinha tido a contensão no tom de voz,
porque as palavras tinham acendido a fogueira. Eu não queria aquele homem na
minha vida. Agora já não precisava dele.
Como será a partir de agora? Voltarão a
quebrar o contacto novamente?